Na fila de entrada para a vida em sociedade, o bom senso vem antes da linguagem clara.
A situação fica difícil quando ambos estão ausentes.
Veja o caso desta placa em um prédio na zona sul do Rio.
Eu caminhava pela calçada quando vi o borrão tipográfico.
Por milésimos de segundo, achei que poderia ser obra do artista britânico Craig Ward, que faz belezuras em tipografia transgredindo legilibilidade. Só que não.
Parei diante da placa, me aproximei, tentei ler. Não deu. O que passa pela cabeça da pessoa que autoriza uma não-sinalização dessas?
Condomínios são espaços onde o tom das instruções guarda alguma semelhança com a voz de um feitor. Gilberto Freire explica.
Um dos meus encantos com a linguagem clara é ela conjugar a real intenção de informar com um tom de voz gentil. Características ainda mais raras do que o bom senso.