Mais de 80% dos magistrados responderam em pesquisa que concordam muito com o uso de linguagem acessível durante as audiências e sessões.
- 88,2% dos juízes e desembargadores inativos concordam muito
- 87,2% dos juízes de primeiro grau concordam muito
- 85% dos ministros de tribunais superiores concordam muito
- 80,1% dos juízes de segundo grau concordam muito
A ideia é todos entenderem o que está sendo discutido, inclusive quem não domina o chamado “juridiquês” ou vocabulário jurídico.
Esse resultado faz parte da pesquisa nacional “Quem somos – A magistratura que queremos” da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).
Mais 4 mil juízes ativos e inativos responderam o questionário. O que representa 19% dos magistrados ativos e 15% dos inativos.
Os sociólogos Luiz Werneck Vianna, Maria Alice Rezende de Carvalho e Marcelo Baumann Burgos, da PUC-Rio estiveram à frente da pesquisa durante o ano de 2018.
Foram quase 200 questões sobre diversos assuntos da rotina dos magistrados, suas trajetórias e formações acadêmicas, suas visões sobre os rituais do sistema de justiça, as decisões judiciais, a modernização tecnológica no setor, o ambiente de trabalho, entre outros temas.
Nesse contexto, a linguagem foi mencionada nas questões 20 e 21. A questão 21 abordou a importância da linguagem acessível que mencionamos acima.
A questão 20 perguntou “Em audiências e sessões, é desejável que o magistrado e as partes usem linguagem formal em sua interação?”.
A resposta “concorda pouco” foi destaque entre os juízes de primeiro grau (46,6%) e segundo grau (41,8%). Nas demais categorias, a resposta “concordo muito” foi de 45% entre os ministros dos tribunais superiores e 40,4% entre os juízes e desembargadores inativos.
Os objetivo dessa pesquisa da AMB é produzir uma base de dados para melhorar a Justiça brasileira. O estudo completo está disponível no site da associação.
A jornalista Carolina Brígido comentou o estudo em sua coluna “Quem entende o STF” da revista Época. Ela deu um exemplo do que seria essa tradução da linguagem do “juridiquês” para uma linguagem acessível, com uma fala do ministro Edson Fachin. Vale a leitura.
A Comunica Simples vem acompanhando o discussão sobre o juridiquês e incentivando a adoção da Linguagem Simples em todos Poderes e Instituições que lidam com interesse coletivo.
Em novembro de 2018, publicamos sobre a palestra de Nelson Jobim na Academia Brasileira de Letras (ABL). O político e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal criticou o uso do juridiquês e defendeu a clareza de expressão. Leia no nosso blog.