O metrô do Rio de Janeiro tem apenas a Linha 1 estendida (Uruguai-Jardim Oceânico) e a Linha 2 (Pavuna-Botafogo).
Tecnicamente, o trecho General Osório-Jardim Oceânico é a Linha 4. Mas tendo sido integrado à Linha 1 logo após inaugurar, hoje opera como uma extensão daquele segmento.
Mesmo com uma rede tão pequena, é notável a falta de clareza do metrô na comunicação com seus usuários.
Parece proposital, assim como o ar condicionado gelado dos vagões que corrói a saúde.
Explico. As linhas têm destinos diferentes, mas correm juntas por dez estações, onde usam a mesma plataforma. Ou seja, cada composição que passa nessas estações pode ter destino distinto. É preciso cuidado pra não pegar a linha errada.
A sinalização eletrônica nas plataformas deveria ser cuidadosa, mas é inexistente em algumas.delas. Resta ao usuário ler o nome da linha no painel do vagão.
Mas muitos trens trafegam com painel em branco. Como estes que vi hoje em Botafogo, estação que recebe as duas linhas.
Mesmo conhecendo o código de cores (verde é Pavuna e laranja, Uruguai), dia desses eu entrei na linha errada.
Como saber que trem pegar? O metrô do Rio é para videntes. Imagine a confusão que isso causa a usuários pouco frequentes ou novos e a turistas.
Uma dose de clareza faria toda diferença para milhares de passageiros todos os dias. Vale lembrar a definição de linguagem clara pela PLAIN:
Uma comunicação está em linguagem clara quando o texto, a estrutura e o design são tão claros que o público-alvo consegue encontrar facilmente o que procura, consegue compreender o que encontrou e consegue usar aquela informação
Ah, sim. Se você sentiu falta de uma Linha 3, é isso mesmo. Ela não existe. Uma frase do escritor Blaise Cendrars resume a situação: “No Rio, aprendi a desconfiar da lógica”.